Por Daniela Miranda de Oliveira Paludo
Neste artigo, são abordadas as relações entre as organizações, redes sociais, sociedade, informação, conhecimento, inovação e tecnologia. Para iniciar a explanação sobre as redes sociais, deve-se ter em mente que foi com a globalização, por exemplo, que a sociedade tornou-se definitivamente globalizada.
Como conseqüência disso, há uma contínua transformação dos processos organizacionais que estabelecem a necessidade de novas tecnologias, inovação no gerenciamento, ferramentas sociais que permitam rapidez e resultado na comunicação entre os envolvidos, entre outros. Ou seja, faz-se relevante a criação efetiva de procedimentos que auxiliem os administradores nesse desafio constante a promover desenvolvimento, divulgação, acessibilidade, transparência e facilidade na comunicação social.
Tomaél, Alcará e Chiara (2005), afirmam que as pessoas fazem parte da sociedade através das relações que instituem ao passar dos anos e, por isso, estão habituadas a esse formato de rede, pois sempre realizam, mesmo sem o uso da tecnologia, suas relações de trabalho, de estudo, de amizade etc. Portanto, as redes sociais surgiram para facilitar a interação desse processo, no momento em que esse tipo de ambiente destina-se para o compartilhamento de informação e construção do conhecimento gerando inovações para a esfera social e organizacional. Cabe salientar que, para um melhor entendimento sobre o assunto central desse artigo, faz-se imprescindível haver uma definição sobre as redes sociais.
Sendo assim, os autores Tomaél Alcará e Chiara (2005, p. 96) definem as redes sociais como “[…] ambientes que possibilitam a formação de grupos de interesses que interagem por meio de relacionamentos comuns”. Na era da informação, o conhecimento ocorre por meio dessa informação e são esses aspectos que mobilizam as redes sociais.
Para esses autores, as organizações estão utilizando as redes sociais como forma de inovação da comunicação social para promover um melhor contato/diálogo com os clientes internos como também os externos à empresa e, inclusive, originar estratégias de divulgação de marca, de produtos/serviços, entre outras possibilidades via rede social com o objetivo de sensibilizar o maior número de pessoas possível, já que muitos utilizam esse tipo de ferramenta para pesquisas.
Martes et al (2006) seguem nessa mesma linha de pensamento, pois afirmam que a competitividade existente no ambiente organizacional impulsionou e, de certa forma, obrigou as organizações a se posicionarem perante a esse cenário mercadológico que demanda uma estratégia organizacional eficaz e eficiente a fim de originar inovação, facilidade e acessibilidade na comunicação, informação necessária e geração de um diferencial competitivo para fidelização de clientes antigos e obtenção de nova clientela a fim de gerar lucros à organização.
Por fim, o objetivo do artigo é identificar de que forma as organizações estão se posicionando frente a essa nova forma de comunicação social, ou seja, perante as redes sociais no ambiente organizacional.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nesse capítulo serão abordados os seguintes assuntos: redes sociais e estratégias organizacionais.
2.1. REDES SOCIAIS
A popularização da internet desencadeou um aumento na busca de informações no ambiente web e com isso as empresas verificaram a necessidade de adequar-se a essas tendências tecnológicas. Uma vez que o ambiente poderia ser uma ferramenta importante para divulgação empresarial e expansão de novos negócios (MIRANDA; BRITO; FAGUNDES, 2009).
Para Marteleto (2001), as redes sociais são como sistemas constituídos por elos e conexões e que são representados por indivíduos, grupos e empresas ligados pelo compartilhamento de idéias entre pessoas que possuem interesses e objetivos comuns.
Rede social também pode ser definida como um conjunto de relações interpessoais concretas que vinculam indivíduos a outros indivíduos (MIRANDA; BRITO; FAGUNDES, 2009 apud, BARNES, 1987).
As redes sociais por sua vez, têm como objetivos principais a interação e comunicação pessoal e tornam-se parte do processo de construção do conhecimento, e, sendo assim, as organizações passam a fornecer espaços de criação de conhecimento, que permitem a interação entre seus membros e o compartilhamento de informações (AZEVEDO; RODRIGUEZ; 2010). Por meio das redes sociais, as empresas podem investigar e explorar mercados, identificando oportunidades de negócios, melhorando relacionamento com os clientes, aprimorando a comunicação interna e externa e ainda criar a imagem e a reputação da marca usando a Web como suporte.
2.2. ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS
A tecnologia da internet proporciona melhores oportunidades do que gerações anteriores da tecnologia da informação, desta forma, as organizações estabelecem posicionamentos estratégicos diferentes e de melhor posição competitiva.
A internet também proporciona melhor plataforma tecnológica à conquista de vantagem competitiva, não exige uma abordagem nova aos negócios, e sim que se adotem os princípios da estratégia eficaz.
Segundo Porter (1999), estratégia é desenvolver tarefas diferentes das exercidas pelos concorrentes, ou seja, ser diferente dos concorrentes, para obter vantagem competitiva. O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é a fórmula sobre o modo pelo qual uma empresa deverá competir no mercado, determinando seus objetivos e as políticas necessárias para a implantação destes objetivos. Portanto, o que determina a sustentabilidade de uma empresa no mercado é a estratégia organizacional.
De acordo com Souza (2010):
As definições de estratégia dizem que a organização e o ambiente são inseparáveis. O que por um lado pode representar ameaças em suas atividades e por outro oferece oportunidades que devem ser aproveitadas. E é exatamente esta relação entre organização e o ambiente que oferece sentido ao conceito de estratégia. (SOUZA, 2010, p. 19).
As empresas estão atentas ao ambiente, para adaptar-se ao seu contexto organizacional, verificando a necessidade do uso de modelos organizacionais baseados na associação, compartilhamento e ajuda mútua.
Cruz et. al (2010), relata que o principal fator diferencial das redes sociais é a presença de um único objetivo, em que organizações e instituições que estabelecem uma rede social têm um objetivo principal definido, que serve de guia para a orientação das ações da rede, tornando modelos inovadores para ganhar competitividade no mundo globalizado.
As redes de colaboração interorganizacional são produtoras de valor estratégico, enfatizando a confiança, a negociação justa, e desta forma, proporcionando o aumento de atração de recursos das empresas e obtenção de lucros (Mello; Machado; Jesus, 2010).
As redes sociais são vistas como um meio de acessos e oportunidades, de poder e de influência, e servem para a organização como uma rede de tratados e acordos, sendo imprescindível à estratégia organizacional para a obtenção de resultados (SANTOS, 2007).
Devido à popularidade, ao custo baixo e facilidade de uso, algumas empresas utilizam a internet como estratégia para a penetração de mercado, para o desenvolvimento do comércio eletrônico e para melhorar o relacionamento com seus clientes, fornecedores e parceiros (SACCOL, 2010).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante a explanação dos autores pesquisados, é importante destacar que o uso das redes sociais, serve como forma de reunir pessoas e organizações em torno de metas e objetivos em comuns, promovendo a colaboração entre todos e permitindo alavancar negócios empresariais.
Devido a esta visão de mercado as redes sociais tornaram-se ferramentas indispensáveis para divulgação e consolidação da marca, o que de fato está diretamente ligada às novas estratégias organizacionais, uma vez que as organizações necessitam inovar com freqüência a forma de como atender mais clientes e como manter-los também.
Deve-se levar em consideração o ambiente que está inserido para que não exista nenhum tipo de conflito, de forma que esta ferramenta volte-se contra o objetivo principal e até mesmo contra o negocio organização.
REFERÊNCIAS
CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4, 2010, Rio de Janeiro. A criação do conhecimento nas redes sociais. Anais… Rio de Janeiro: CNEG, 2010.
Cruz et. al. Análise de redes sociais e organizacionais: um estudo temporal do caso da rede de catação e comércio de materiais recicláveis de Curitiba, 2008. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, São Paulo, v. 6, n. 2, p. 251-286, mai-ago. 2010.
Marteleto, Regina Maria. Análise de Redes Sociais: Aplicação nos estudos de transferência da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 30, n. 1, p. 71-81, jan./abr. 2001.
MARTES, ANA CRISTINA BRAGA et al. Fórum – Redes sociais e interorganizacionais. Revista de administração de empresas, v. 46, n. 3, p. 10-15, jul./set. 2006.
Mello, Cristiane Marques de; Machado, Hilka Vier; Jesus, Marcos Junio Ferreira de. Considerações sobre a inovação em PMES: O papel das redes e do empreendedor. Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 3, n.1, p. 41-57, jan./abr. 2010
PORTER, MICHAEL E. Vantagem competitiva: Estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
Tomaél, Maria Inês; Alcará, Adriana Rosecler; Chiara, Ivone Guerreiro Di. Das redes sociais à inovação. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 2, p. 93-104, maio/ago. 2005. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2010.
SACCOL, Amarolinda I. Costa Zanela. Alinhamento estratégico da utilização da internet e do comércio eletrônico: os casos Magazine Luiza e Fleury. Rev. adm. contemp., Curitiba, v. 9, n. 2, Jun. 2005.
SANTOS, Luis Gabriel Abravanel dos. Rede intraorganizacional e práticas organizacionais. 2007. 190f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007.
SOUZA, Leandro Henrique de. Redes sociais como proposta para amplificar a criação do conhecimento em organizações inovadoras. 2010. 166f. Dissertação (Pós-Graduação em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
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